“Nós estamos sempre fazendo reunião para tratar do rio, da madeira, dos minérios – a única coisa que nós não estamos prestando atenção é nas nossas crianças. Nos temos que compreender que isso é muito triste. Isso agora não pode mais acontecer.”
(trecho do discurso do Cacique Aritana Yawalapiti, em que fala sobre o infanticídio)

Mais uma vez os povos indígenas do Xingu se mobilizam para uma reunião que visa beneficiar as crianças que vivem no parque. A FUNSAX, fundação Sira’i’i do Xingu, coordenada por Paié Kajabi, convocou os monitores de saúde indígena para formar um grupo de trabalho com o objetivo de combater a prática do infanticídio nas aldeias do parque. O cacique Aritana Yawalapiti fez questão de assegurar a presença de todos os 46 monitores de saúde na reunião, que vai acontecer entre os dias 25 e 27 de abril, na cidade de Canarana.

Desde o ano passado este trabalho vem sendo realizado dentro do Parque Xingu pela organização indígena FUNSAX. Paié Kajabi, que juntamente com sua esposa Divanete, já salvou três crianças que seriam enterradas nas aldeias, tem tido um papel importante na conscientização dos xinguanos. Professores, caciques e monitores indígenas têm se mostrado muito sensibilizados com o problema das crianças e empenhados em encontrar soluções para que a vida destas crianças seja preservada.

Kakatsa é um jovem indígena que coordena a distribuição dos recursos da ATINI para as crianças sobreviventes. A convite da FUNSAX, a ATINI e o IPEAX também estão apoiando a realização desta reunião e da formação do grupo de trabalho. Durante estes três dias serão discutidas as estratégias e ações concretas que precisam ser tomadas para que a segurança das crianças seja garantida, com prioridade absoluta, em cada aldeia do Parque Xingu.